Ele fala que vai ligar e não liga. Tão clássico isso, então
por que continuamos sofrendo? Ficamos esperando a ligação deles mais do que o
Nordeste espera uma chuvinha. Ficamos com o telefone na mão olhando de cinco em
cinco minutos, vai que ele ligou e você não percebeu né? Vai que em dois
minutos que deixou o celular sozinho para ir ao banheiro ele possa ter discado
o seu número para ouvir sua voz.
Mas ainda assim, nada! Ele não quis saber de você, ele se
esqueceu, teve um compromisso mais importante, ligou para outra, ou
simplesmente não quis dar continuidade àquilo que você estava gostando.
O pior é que você tentou de verdade não se apaixonar. Leu
todas as receitas e ouviu todos os conselhos possíveis de desapego. Você lutou,
lutou, com todas as suas forças, fingiu que estava bem, que não sentia falta,
esperava ele te chamar, colocava o orgulho na frente... Por um bom tempo você
se saiu muito bem... Até o momento que você viu que ele não ia mais te chamar.
Por que nós nos apaixonamos pelo desafio? Quando estamos por
cima, nos da uma paz, uma segurança, que nem nos importamos, então é só algo
dar errado, sair de nossos planos, que pronto: ESTAMOS APAIXONADAS, e sozinhas!
Então viramos aquelas perfeitas idiotas, que corre atrás, pergunta se aconteceu
algo, sente o coração disparar ao ouvir o nome dele... Então quando ele
conversa com você, finge que está tudo bem, e faz você ir às nuvens em questão
de segundos e voltar pro chão flutuando, como nos nossos sonhos mais malucos.
Ele promete te ligar no dia seguinte, promete que vai contar o que está
acontecendo e de bônus fala que gosta de você. A mesma ladainha de sempre, pois
ele continua distante, ignorando, e online para falar apenas com quem ele se
importa.
Eu? A burra continua deixando a conversa aberta só para ver
se aparece “digitando...”, ora, será que sou a única que faz isso? Aí quando
ele digita, tiro correndo para não correr o risco de já aparecer imediatamente
que visualizei. Só que dessa vez não tem ele digitando. Era para ele ligar
ontem, e hoje não deu nenhuma satisfação, mesmo ficando online.
Os três primeiros dias são os piores, que você vai ter que
se controlar muito para não correr atrás, não ser a tonta de novo. Vou seguir o
conselho que uma amiga me deu: “morre, mas não chama. NÃO CHAMA. Em hipótese
alguma, não chama.”. Eu sei que seus dedos estão loucos para digitar um oi, ou
para apertar o telefone, os meus também estão, e nossa, é tão gostosa a
sensação de dar um “foda-se” no mundo e fazer o que quer. Mas aquele sentimento
que fica depois, de burra mal amada, é o pior que existe.
Vou morrer mas não chamo mais, apenas três dias com essa
dor, essa ansiedade, esse desespero, depois passa, eu juro. A tristeza fica,
essa demora pra ir embora, mas após três dias você já não está mais tão
nervosa, consegue se controlar. Queria arrancar meu coração fora, juntar com
meu celular e mandar para a puta que pariu, mas não posso fazer isso, estou
pagando ele ainda. Então são só três dias, hoje é o primeiro, boa sorte para
nós!